Nem toda relação que começa com afeto se sustenta com saúde emocional.
Relacionar-se é uma experiência humana fundamental. Desde cedo, aprendemos que amar, vincular-se e construir parcerias é sinal de sucesso emocional. No entanto, pouco se fala sobre o quanto muitos relacionamentos se tornam espaços de adoecimento psíquico, e não de cuidado.
Na prática clínica, é comum ouvir relatos de pessoas que permanecem em relações marcadas por insegurança, medo constante de perder o outro, anulação de si mesmas e confusão emocional. Muitas vezes, isso é confundido com amor, quando, na verdade, trata-se de dependência emocional.
Um relacionamento saudável não exige que alguém deixe de existir para que o vínculo se mantenha. Pelo contrário: ele se sustenta na possibilidade de dois sujeitos inteiros se encontrarem, com limites claros, responsabilidade afetiva e respeito mútuo.
Quando o vínculo se baseia em controle, chantagem emocional, desvalorização constante ou instabilidade extrema, o sofrimento deixa de ser circunstancial e passa a ser estrutural. Nesses casos, insistir na relação não é prova de amor, mas um sinal de dificuldade em romper padrões que machucam.
É importante compreender que o fim de um relacionamento não representa fracasso pessoal. Muitas vezes, encerrar um vínculo é um movimento de preservação da saúde mental, de reconexão com a própria identidade e de cuidado consigo.
Relacionamentos saudáveis não eliminam conflitos, mas não produzem medo, silenciamento ou perda de dignidade emocional. Amar não deveria doer de forma contínua.
Buscar ajuda psicológica pode ser um passo fundamental para compreender por que certos padrões se repetem, fortalecer a autoestima e aprender a construir relações mais seguras e conscientes.
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