Autoestima: o que é e por que ela afeta tantas mulheres?

Introdução

Autoestima é uma das palavras mais ouvidas na atualidade, mas nem sempre compreendida em sua profundidade. No consultório, é comum escutarmos relatos de mulheres que se sentem desconectadas de si mesmas, presas a padrões e expectativas que não conseguem cumprir. Muitas vezes, elas nomeiam esse mal-estar como “falta de amor-próprio”, mas o que está em jogo é algo mais complexo: a autoestima enquanto estrutura psíquica em formação constante.

O que é autoestima?

Psicologicamente, a autoestima não é apenas gostar de si ou ter uma boa aparência. Ela diz respeito ao valor que a pessoa sente que tem para si mesma — uma sensação de identidade, de dignidade e de pertencimento. Segundo autores como Freud, o eu (ego) é constituído em relação ao outro e, desde cedo, aprende a se avaliar a partir dos olhares externos. Winnicott, por sua vez, enfatiza a importância do ambiente suficientemente bom para o desenvolvimento do verdadeiro self — aquele que sustenta a espontaneidade e a integridade emocional. Quando esse ambiente falha, o sentimento de inadequação se instala, e a autoestima pode se tornar frágil ou mesmo fragmentada.

Como a autoestima se forma?

A formação da autoestima está profundamente ligada às experiências da infância. Quando a criança é acolhida, vista e validada, ela internaliza um senso de valor e pertencimento. Mas, quando predomina a crítica, a negligência ou a idealização, o sentimento de ser “insuficiente” pode se cristalizar. Além disso, fatores socioculturais desempenham um papel relevante, principalmente no caso das mulheres, que muitas vezes aprendem desde cedo que precisam agradar, cuidar dos outros e corresponder a padrões externos para se sentirem amadas.

Sinais de baixa autoestima em mulheres

Na clínica, os sinais de baixa autoestima aparecem com frequência: dificuldade de se posicionar, medo de errar, necessidade constante de aprovação, comparação com outras mulheres, sensação de estar sempre devendo algo. A mulher com autoestima fragilizada pode se envolver em relações afetivas abusivas ou manter-se em lugares que a machucam por não acreditar que merece algo melhor. Há também a tendência de silenciar desejos e emoções para evitar rejeição ou julgamento.

Autoestima na clínica: o que ouvimos nas entrelinhas

Muitas mulheres não chegam à terapia dizendo “estou com baixa autoestima”. Elas dizem: “acho que sou fraca”, “não consigo me priorizar”, “não me reconheço mais”, “vivo para os outros”. Essas falas, aparentemente simples, carregam um sofrimento profundo relacionado à perda da conexão com o próprio desejo. O trabalho clínico, nesses casos, envolve escutar essas entrelinhas com sensibilidade, sem reduzir o sujeito à sua queixa, mas entendendo o que está por trás dela — sua história, suas defesas, seus medos.

Caminhos possíveis de cuidado

O fortalecimento da autoestima não se dá por frases prontas ou conselhos motivacionais. Requer um processo terapêutico que acolha as fragilidades, ajude a construir uma nova relação com o eu e com o outro, e permita que a mulher reencontre sua espontaneidade. O manejo clínico pode variar conforme a estrutura psíquica predominante, mas, em geral, passa por oferecer um espaço de escuta real, onde a paciente possa existir sem julgamentos. Quando isso acontece, algo começa a se reorganizar por dentro.

Conclusão

Falar de autoestima é falar da forma como nos reconhecemos e somos reconhecidas no mundo. Na clínica com mulheres, esse tema é presença constante — muitas vezes silenciosa, outras vezes explícita. Cuidar da autoestima é, antes de tudo, cuidar da relação que cada uma tem consigo mesma, com sua história e com seus desejos. É um processo delicado, mas possível, especialmente quando há um espaço de escuta que legitima a dor e aposta na potência.

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